O cenário é paradisíaco, perfeito para sessões de cinema ao ar livre; e se a programação for boa, então, nem se fala! Até o nome é bom de ser dito. Filmes inéditos, mostras competitivas de longas e curtas, títulos infantis e um apanhado significativo do cinema nacional que não passa no ‘circuitão’ comercial... não faltam argumentos para seguir 100 km ao Norte a partir de Natal, até São Miguel do Gostoso, para conferir a 1ª Mostra de Cinema de Gostoso. Em cartaz de 22 a 26 de novembro, na praia mais famosa do litoral Norte do RN, o festival reúne 51 produções da novíssima safra brasileira. Todas as atividades são gratuitas, com exibições em telona montada à beira mar.
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Também haverá sessões em ambientes fechados, com menor capacidade de público, que incluem debates e palestras com os realizadores e atores dos filmes escalados. As melhores produções serão definidas através de júri popular, e recebem o Prêmio Luís da Câmara Cascudo. Realizada pela Heco Produções (SP), em parceria com o Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), a edição de estreia da Mostra em Gostoso tem tudo o que é preciso para se firmar no circuito nacional de festivais.
Antes de prosseguir um detalhe técnico importante: as exibições ao ar livre utilizarão equipamentos de projeção com tecnologia 2K (alta definição), um formato que começou a chegar agora, com o advento das sessões digitais, nas salas comerciais de cinema em operação em Natal.
Nas categorias competitivas estão listados 16 títulos, sendo oito longas e oito curtas; já a Mostra Panorama exibe 17 curtas e dois longas enquanto a Infantil apresenta 13 produções – ao todo o festival recebeu 153 inscrições de 16 estados. O audiovisual potiguar estará representado por quatro filmes, os curtas “Passando Chapéu”, de Rodrigo Sena; “O Jogo”, de Ricardo Felix; “Mamucaba”, de Anderson Legal e Bruno Little; e “O Contador de Causos”, realização coletiva dos alunos dos cursos de formação técnica e audiovisual produzidos pela Heco no município praiano.
A programação ainda ganha reforço com encenação da peça “Será Que Hoje Meu Boi Não Sai?”, do Coletivo Nóis da Rua, e a festa Boi de Reis.
A 1ª Mostra de Cinema de Gostoso conta com patrocínio da Cosern e Governo do RN através da Lei Câmara Cascudo; mais apoio da Prefeitura de São Miguel do Gostoso, IFRN, UFRN, Fundação José Augusto, Instituto de Ação Social Lino e Isabel Neri (IASNIN); Sintraf Gostoso (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar), Ludovicus – Instituto Câmara, Ale Combustíveis, Serveng Energia e AEGostoso (Associação de Micros e Pequenas Empresa da Região de Gostoso).
Registro da transformação
Para o cineasta paulista Eugênio Puppo, da Heco Produções, “a Mostra interfere em questões sociais, educativas e de formação profissional ao oferecer qualificação na área de produção audiovisual”. Ele adiantou que a pretensão é tornar a Mostra anual, “com os jovens atuando e trabalhando na produção do festival”. Aos longo dos últimos três anos, jovens nativos participaram de oficinas e cursos de formação técnica e audiovisual, sobre linguagem, cultura e prática cinematográfica.
Eugênio conheceu São Miguel do Gostoso em 2000, “época que parte da cidade não tinha luz elétrica. Também não tinha internet nem sinal de celular. Quando voltei em 2005 era outro lugar, percebi um crescimento muito rápido e decidi fazer um documentário sobre essa transformação”, disse o cineasta, que hoje se divide entre São Paulo e Gostoso e está devidamente inserido no cotidiano da praia e das pessoas do lugar.
Programação
Mostra Competitiva Longas
A Batalha do Passinho, de Emílio Domingos (RJ)
Com Vandalismo, do Coletivo
Nigéria (CE)
Doméstica, de Gabriel Mascaro (PE)
Entre Vales, de Philippe
Barcinski (SP)
Esse Amor que nos Consome, de Allan Ribeira (RJ)
Mar Negro, de Rodrigo Aragão (ES)
Uma História de Amor e de Fúria, de Luiz Bolognesi (SP)
De Menor, de Caru Alves de Souza (SP)
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